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segunda-feira, 12 de julho de 2010

PLATÃO "A REPÚBLICA"

          Platão (428/427-347.a.c.) é o fundador da metafísica Ocidental. Nasceu em Atenas, seu verdadeiro nome era ARISTÓCLES. Platão é apelido que derivou como referem alguns, de seu vigor físico e da amplitude de seu estilo. Foi inicialmente discípulo de Crátilo, seguidor de Heráclito. Posteriormente foi discípulo de Sócrates. O encontro de Platão com Sócrates se deu provavelmente quando completava aproximadamente vinte anos.

          O filosofo Platão, na obra A República leciona que a realidade humana é a composição do domínio das coisas sensíveis e do domínio das idéias. Para ele, a humanidade, ou grande parte da humanidade, vive na infelicidade da ignorância, de forma fantasiosa, ilusória, própria das coisas sensíveis, mutáveis. Esta é a realidade desnecessária, individualista, e, por isso, não é objeto de conhecimento.

         Também o mundo das idéias, percebido pela razão, está acima do sensível (dominado pela subjetividade) que só existe na medida em que participa do mundo da sensibilidade, sendo apenas sombras deste. No entanto, mais tarde seria criticado por Aristóteles que diria que ele não havia questionado o que é participar.

          Em A República Platão mostra o que, para ele, não é justo. Pretende, com esta filosofia, fazer o leitor compreender que tanto não é justo dar a cada um o que lhe é devido, ao amigo o que não lhe é adequado e da mesma forma prejudicar o inimigo ou mesmo salientar apenas o interesse do mais forte. Assim, para mostrar a importância do pensamento coletivo o autor mostra que há elementos que regem o individuo em meio a uma coletividade não dispersa, mas conjugada em normas ou Leis que visam o bem comum e a ordem social.

          Com o propósito de levar à reflexão, ele diz que, pelo fato de o homem não ser auto-suficiente, ele precisa manter uma relação de reciprocidade e, no caso do Estado justo, ao ser humano impõe-se a plena responsabilidade pela justiça, onde os homens justos vivem em confiança recíproca e eles são reciprocamente dependentes. Agindo desta forma, não há oposição entre indivíduos e Estado, eles se completam e devem auxilio mútuos, pois tudo gravita em torno da justiça que, inclusive responde pela ordem social e da alma.

          Desta forma, a justiça diz respeito à própria vida da alma. Vê-se, então, que o que pretende Platão é conhecer e formar o Estado perfeito para poder conhecer e formar o homem perfeito. Mostra-o nesta obra a forma de governo da polis que é formada por várias composições como algumas constituições que buscam atender o interesse coletivo. As idéias desenvolvidas no livro encontram-se fundamentadas no pensamento socrático de que pelo fato do homem não ser auto-suficiente, ele precisa manter uma relação de reciprocidade com o Estado justo.

          Para Sócrates ao ser humano impõe-se a plena responsabilidade pela justiça, pois os homens justos vivem em confiança recíproca e eles são reciprocamente dependentes. Desta forma, não há combate entre indivíduos e Estado, eles se completam e devem auxilio mútuo. E ai tudo gira em torno da justiça.

          Dessa forma, ao utilizar o mito da caverna como exemplificação o filósofo Platão mostra que a pessoa ao sair da “caverna” da própria vida, se libertará da escravidão de seus sentidos, da obscuridade do mundo da matéria e se tornará novo, à espreita da verdade e à espera de viver de forma desprendida do seu circulo. São recíprocos os elementos que levam o governo à reflexão do que na polis há necessidade de um governante que despoja de si em prol do bem comum. Sendo assim, o governo trata de uma só espécie de constituição, embora tendo vários governantes em diversas áreas, que em nada abalarão as Leis fundamentais da cidade.

          Finalmente, A República, livro que se direciona a todos que pretendem desvendar os próprios mistérios, leva à compreensão da verdade acerca do descobrimento da idéia do bem coletivo.

                                 
                                                             Referência  Bibliográfica

ARISTÓCLES, Platão. A República Trad. J.GUINSBURG. Difusão Européia do livro, São Paulo e Editions Garnier Frères, Paris.Editora Vozes 1973.

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