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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SUBSTÂNCIA E ACIDENTES

1_ Natureza da substancia e dos acidentes.

Experimentamos constantemente mudanças nas coisas que alteram apenas aspectos secundários deles (as folhas de uma árvore mudam de cor, mas permanecem folhas de árvore); isto manifesta que nas coisas existe um substrato permanente e estável ao que damos o nome de substancia, e uma perfeição secundaria e mutáveis, que são os acidentes.

Outra característica que diferencia estes dois modos de ser é que em cada coisa existe apenas um núcleo substancial afetado, porém por múltiplas modificações acidentais.

A substância: Aspectos Fundamentais;

A) É o sujeito ou substrato, no qual se assentam os acidentes. (sujeito é aquele que é).

B) É o subsistente. Não é em outra coisa, mas em si mesma (subsistente existe em si).

Substancia; é sempre aquilo que a coisa é. Por ex: (um livro, copo, cadeira, etc.)

Os acidentes, não existem em si, mas nas substancias, no sujeito. Acidentes, considera-se outro modo de ser que as coisas é (por ex; o vermelho do livro,seu peso; o branco do copo,seu peso; o azul da cadeira, seu peso; etc.).

A substância existe em si, enquanto o acidente existe em outro.

Os acidentes são realidades à cuja essência convêm ser em outro como a seu sujeito (“esse in” _ ser em outro).

Classificação dos acidentes segundo sua origem;

A) Acidentes próprios da espécie:

São aqueles que surgem dos princípios específicos da essência de uma coisa e constituem, portanto, as propriedades comuns a todos os indivíduos da mesma espécie. (por ex; a figura de cavalo, a inteligência e a vontade no homem etc.).

B) Acidentes inseparáveis de cada indivíduo;

Características próprias e peculiares de determinado individuo (por ex; negro, asiático, etc.).

C) Acidentes que procedem de um agente externo (por ex; queimadura, doença etc.).

2_ O ser, ato próprio da substancia.

O ato de ser é algo próprio daquilo que existe em si, independente, ou seja, é próprio da substancia. Os acidentes, como não subsistem não tem propriamente ser, mas sim o seu sujeito é de um modo ou de outro, segundo esses acidentes.

O acidente é de certa forma também ente, porém não possui um ato de ser próprio, o ato de ser da cor vermelha do livro é ato de ser do livro. O ato de ser é próprio da substancia.

Ao acidente completa, portanto sempre ser em outro (substancia) e depende dele.

Como conseqüência do diverso modo de ser, “ente” se predica da substancia e dos acidentes de modo análogo; de maneira em parte igual (ambos são) e em parte distinta; pois a substancia é em virtude de um ato de ser próprio, e o acidente é em virtude do ato de ser da substancia na qual se apóia.

3_ O composto de substancia e acidentes.

A substância e os acidentes são realmente distintos. Isto se observa tanto nas mudanças acidentais quanto no distinto modo de ser (em si e no outro) de cada um deles.

Por outro lado, a distinção real de substancia e acidentes não destroem a unidade do ente, pois não são vários entes que se unem para formar um conjunto, mas um só ente em sentido próprio (a substância) com modificação e perfeição que o completam (os acidentes).

Toda a realidade substancial e acidental de um ente “é” em virtude de um único ato de ser, que pertence propriamente à substância.

Tríplice modo de relacionar-se da substância e dos acidentes;

A) A substância é substrato do acidente, enquanto lhe dar ser.

B) A substância é causa dos acidentes que derivam dela mesma, procede do agente externo, transitórios.

C) A substância tem uma capacidade passiva (potencia _ de ser uma coisa vermelha) de receber o ulterior aperfeiçoamento que lhe conferem os acidentes, que por isso também se chamam formas ou atos acidentais. Ou seja, de certa forma a substância é potencia em relação aos acidentes (atos), que aperfeiçoam a substância.

4_ O conhecimento da substância e dos acidentes.

A composição substância_ acidentes é conhecido pela inteligência a partir dos dados revelados pelos sentidos.

Em nosso conhecimento do ente singular e concreto, dá-se um continuo ir e vir da substância aos acidentes, nas seguintes etapas;

A) Conhecimento confuso do composto.

Diante de um objeto, experimentamos suas qualidades e demais características (acidentes). Ao inicio, não conhecemos distintamente a natureza (substancia) desse objeto, mas advertimos que os acidentes como manifestações secundárias de um sujeito subsistente; nosso entendimento não pode captar os acidentes sem entender simultaneamente seu sujeito.

B) Dos acidentes à substância.

Uma vez que se conheça de modo impreciso o sujeito dos acidentes, estes por serem manifestações da substância, constituem o conhecimento natural para chegar ao que essa substância é, sua natureza ou essência, partindo do mais externo do ente, chagamos a seu interior.

C) Da substância aos acidentes.

Quando descobrimos o que uma coisa é, sua essência, esse conhecimento funciona como nossa luz, que ilumina todos os acidentes derivados dessa substância, permitindo, nos adquirir uma noção, mas adequada de cada um deles e de suas soluções mútuas.

RECAPTULANDO

Nosso conhecimento inicia nos acidentes sensíveis atendidos como determinações de algo que tem ser, essas propriedades nos levam a conhecer a essência; e, por sua vez captamos os acidentes como derivadas dessa substancia, obtendo assim um conhecimento superior deles.

Conhecemos a essência por meio dos acidentes.

Capítulo II Os Predicamentos

A substância e os nove tipos de acidentes constituem os dez gêneros supremos de ente chamados também predicamentos ou categorias. São os diferentes modos de ser. Como o ser é refletido no conhecer e na linguagem, a esses modos de ser correspondem os diversos tipos ou gêneros de predicados que podem atribuir-se a uma coisa; daí o nome predicamento (do latim “predicare”, afirmar, atribuir) e categoria (do grego __ julgar, atribuir).

Aristóteles foi o primeiro a tratar filosoficamente desse assunto, e o fez nos seus livros de lógica, mas também nos de física e metafísica. Ele extraiu da experiência o seguinte elenco de categorias:

1_ substância (Pedro é homem);

2_ qualidade (Pedro é bom);

3_ quantidade (Pedro é alto);

4_ relação (Pedro é filho de Antonio);

5_ onde (Pedro está no quarto);

6_ posição (Pedro está sentado);

7_ posse (Pedro tem papel e caneta);

8_ quando (Pedro chegou às 19h);

9_ ação (Pedro está escrevendo);

10_ paixão (Pedro tem sede);

Todos os acidentes tem em comum o inerir na substância, o ser em um sujeito (esse in). O ato de ser do acidente está na substância.

Cada acidente possui uma essência própria e, por isso, determina a substância de um modo original.

A rigor, não é possível definir a essência de cada um dos predicamentos, por que, são os gêneros supremos sob os quais se encontra a noção, que por não ser um gênero, não forma parte de nenhuma definição, e porque são realidades imediatamente evidentes, porém, cabe exemplifica-los e descrevê-los.

2_ nove gêneros de acidentes.

A) Acidentes que afetam intrinsicamente a substância;

Quantidade; Todas as substâncias corporais tem uma qualidade determinada, que se manifesta em sua em sua extensão, tamanho, volume: este acidente é comum a todo o corpóreo e se deriva da matéria.

Obs. Tanto a extensão, quanto o volume, e, de igual modo o tamanho todos são considerados quantidades.

Qualidade; As qualidades são acidentes que fazem a substancia ser de tal modo e que surgem de sua essência (ou mais estritamente, de sua forma); por isso, a cada classe de substância corresponde em conjunto de qualidades; uma cor ou figura determinada, umas capacidades de atuar etc. por derivar-se da forma, as qualidades se encontram também nas substâncias carentes de matéria ou espirituais. Nos corpos, as distintas qualidades inerem na substância através da quantidade; e assim a cor necessita como suporte da superfície etc. todos os entes corpóreos possuem corpo, mesmo transparentes, mas ainda assim o possuem.

Relação; Determina a substância na sua referencia a outras; quanto a seu termo, podem considerar-se acidentes extrínsecos. Ex; a fraternidade (ser irmão de) é a ordenação mútua dos irmãos entre si; a relação que convem a uma pessoa por referencia a seus pais é a filiação.

B) Acidentes extrínsecos.

São determinações reais da substância, que porém não a afetam em si e por si mesma, mas somente de maneira externa e por sua relação com outros objetos; os acidentes extrínsecos inerem na substância que afetam, mas se fundamentam, imediatamente, sempre em algum dos acidentes extrínsecos.

O “onde” (ubi); é a localização. O ubi não implica uma modificação interior do sujeito, determinando-o apenas por sua relação com outras substâncias adjacentes:

A “posição” (hábitos); é o acidente que resulta na substância por ter ou possuir algo contíguo ou imediato (estar vestido, usar uma caneta, um relógio etc.).

O “quando” (quando); é a situação temporal da substância corpórea.

C) Acidentes em parte intrínsecos e em parte extrínsecos:

Ação: Nasce em uma substância enquanto sujeito princípios agente de um movimento em outro objeto.

Paixao: Surge nos corpos enquanto sujeitos passivos da atividade de outros. Tanto a ação como a paixão são acidentes correlativos, e se dão apenas em ações transeuntes, passageira.

A ordem entre os acidentes:

Um acidente pode ser sujeito de outro. Ex. a cor, uma qualidade, afeta a substancia através da quantidade (tamanho da superfície).

Um acidente pode estar em potência em relação a outro (o difamo pode ser iluminado, por exemplo).

Alguns acidentes podem ser considerados causa de outros (a ação do pai que gera o filho é causa da relação de ambos, tanto do pai quanto do filho).

A quantidade é, na ordem dos acidentes, o primeiro nas substancias corpóreas.

3_ Qualidade

É o acidente que modifica intrinsecamente a substância em si mesma, fazendo-a ser de um modo ou de outro. Sua importância deriva do fato de ser o mais intrínseco dos acidentes, e de estar presente tanto nas substâncias corpóreas quanto nas espirituais.

Espécies de qualidades:

A) Qualidades passíveis;

Modificações que afetam a substância, fazendo-a suscetível de proceder à alteração física: temperatura, cor, grau de unidade etc.

B) A forma e a figura são qualidades dos corpos que delimitam a sua quantidade, dotando-a de dimensões e contornos determinados.

C) As potencias operativas:

São determinações que capacitam a substância a desenvolver algumas atividades; são também chamados de faculdades ou capacidades operativas; inteligência, vontade, memoria etc.

D) Hábitos; são qualidades estáveis pelas quais o sujeito está bem ou mal disposto segundo o que convém à sua natureza.

_ Hábitos intelectivos; saúde, doença etc.

_ Hábitos operativos; virtude, vícios etc. o vicio é algo que atrapalha as ações operativas (acidentes).

Hábitos são por assim dizer, disposições estáveis a determinadas ações.

Os hábitos operativos podem ser distinguidos segundo as potências às quais aperfeiçoam:

Intelectuais: ciência, prudência etc.

Vontade: justiça etc.

Apetite sensível: fortaleza e temperança / entre a virtude e a vontade

_ semelhantes aos hábitos são as disposições, que definem apenas pela sua menor estabilidade.


4_ Relação

É o acidente e cuja natureza consiste na referência ou ordenação de uma substância a outra; ser para alguém (ser para outro).


Elementos da relação real

As relações podem ser de razão (existem apenas na mente de quem as relaciona) ou mais reais. Toda relação real é composta pelos seguintes elementos:

1. Sujeito (pessoa ou coisa no qual inere a relação);

2. Termo (o ente com o qual o sujeito se relaciona);

3. Fundamento (aquilo que ordena a relação);

4. A relação mesma.



Exemplo; na relação de filiação:

Sujeito _ filho

Termo _ pai

Fundamento _ geração (concepção) geração base da ordenação, pai gera o filho, o filho é gerado pelo pai.

Relação _ filiação. Relação é a referência do sujeito a um outro.

A relação consiste em uma referência ou esse ad, e não é uma determinação interna do sujeito no qual inere, por isso é necessário que haja no sujeito um fundamento distinto da relação mesma.

Importância das relações

A) Todos os entes constituem segundo seu grau de perfeição uma ordem hierárquica na qual as realidades inferiores estão em função das superiores e todo o conjunto se ordena a Deus como sua causa primeira; por exemplo; os animais são inferiores aos homens, e estão em função dos mesmos.

B) No âmbito do conhecimento, as relações são imprescindíveis, pois a ciências lidas sempre com a ordem supracitadas além de ser ela mesma sempre fruto de uma relação (sujeito / objeto);

C) A relação é um dos fundamentos da bondade que os homens atingem no agir, pois este sempre pressupõe relação com os demais (Deus e os outros homens e o resto da criação). Exemplo, a criação está inferior ao homem, contudo nossa relação mais crucial é aquela em relação aos outros homens/ pessoas.

Tipos de relações reais

A) Relações segundo a dependência no ser;

Esta se dá quando uma realidade depende em sua existência de outra (por exemplo, criaturas em relação ao criador); neste caso, a relação oposta não é mútua, mas intelectual (a relação oposta será apenas a razão). A dependência do ser tem que ser sempre unilateral, diferindo assim criador de criatura.

B) Relações mútuas baseadas na ação e na paixão;

Paternidade/filiação, cujo fundamento é ação no pai (geração) e paixão no filho (ser gerado); são mútuas porque se baseiam em um mesmo fundamento; a causalidade transitiva. A geração que é a causalidade transitiva.

C) Relações segundo a convivência ou desconveniência fundados na quantidade e na substância; as relações que tem como fundamento a quantidade se dão quando uma delas é tomada como medida para as outras; as baseadas na qualidade, na semelhança e dessemelhança; e as baseadas na substância, nas relações de identidade e diversidade.

As relações de razão

As relações são de razão quando faltam um ou mais elementos requeridos para a relação real.

Exemplo de relação de razão;

_ Relação entre conceitos lógicos; gênero/espécie, espécie/individuo etc.

_ Relação de identidade consigo mesmo (falta um termo real distinto).

_ Relação com termos irreais (presente/futuro).

_Relações de razão, às quais, corresponde uma relação real sentido contrário (crialtor/criatura).

Capitulo III A estrutura de ato e potência no ente

1. Noções de ato e potência.

A primeira determinação de ato e potência surge da análise do movimento.

Parmênides, no seu princípio acerca do ser, não é capaz de dar conta da multiplicidade e do devir.

Aristóteles resolve o problema justamente com a doutrina do ato e da potência, descrevendo o movimento não como a impossível passagem do não-ser ao ser, mas como a passagem do ser em potência ao ser em ato.

A capacidade de ter uma perfeição recebe o nome de potência. Não é a mera privação de algo que se vai adquirir, mas uma capacidade real que existe no sujeito para umas determinadas perfeiçoes que serão posteriormente atualizadas.

A potência contrapõe-se o ato, que é a perfeição que o sujeito possui efetivamente.

Aristóteles entende o ato e a potência sob dois aspectos; um físico, ligado ao movimento, e outro metafisico. No primeiro aparece um contraditório radical entre ser em ato e ser em potência deixa de existir enquanto tal, por tornar-se ato.

No aspecto metafísico do ato e da potência, estes são princípios constitutivos e estáveis de todas as coisas; assim, as substancias corporais estão constituídas de matéria prima (potência) e forma substancial (ato). Nesta consideração metafísica, adverte-se que a potência, uma vez atualizada pela forma segue presente no composto.

O ato

Ato é em geral qualquer perfeição de um sujeito; a cor de alguma coisa, as qualidades de uma substância, a mesma perfeição substancial de um ente, as ações de entender, querer e sentir etc.

É uma realidade primeira, evidente e por isso indemonstrável, conhecida e distinguida na sua contraposição com a potência.

A potência

A potência é o que pode receber um ato, ou o tem já. Contraditórios;

A) A potência é distinta do ato;

B) O ato e a potência não são realidades completas, mas sim aspectos ou princípios que se encontram nas coisas, e, juntas.

C) A potência se contrapõe ao ato como imperfeito ao perfeito.

D) Porém, a potência não se reduz a uma simples privação de ato, mas é uma capacidade real de perfeição.

2_ Classes de ato e potência

A) A potência passiva:

A qual corresponde o ato primeiro. Ato primeiro; potência para ser algo.

Tipos fundamentais de potência passiva:

a) Matéria – prima / forma substancial. Matéria; uma forma de potência passiva entre outras. Prima; substrato potencial último.

b) Substância / acidente. A substância em relação aos acidentes é potência passiva.

A substância é potência passiva em relação aos seus acidentes porque estes são perfeições posteriores da substância.

c) Essência / ato de ser. Essência; determina o que é, e deve ser.

Em relação ao ato, todos os demais princípios em relação especial.

B) Potência ativa / atos segundos:

A potência ativa é a capacidade de agir, ou seja, de produzir ou dar perfeição a outro ente. A potência ativa tem de certa forma o caráter de ato, porque um ente age sempre na medida em que está em ato, e para produzir uma perfeição em outrem se deve antes possuir tal perfeição.

Porém, nas criaturas esta potência ativa tem algo de passividade, porque as capacidades só estão no momento da ação. As ações e as potencias operativas são, em um ente, acidentes. Ou atos, que não ato de ser, ou seja, acidentes.

3 _ Prioridade do ato.

a) Prioridade de perfeição; a potência está subordinada ao seu ato, por ser imperfeita em relação a ele (ato).

b) Prioridade cognoscitiva; a potência é sempre conhecida através de seu correspondente, já que ela não é mais do que capacidade de receber, ter ou produzir ato.

_ primeiro que se conhece.

c) Prioridade causal; nada age senão enquanto está em ato; padecer ou ser sujeito passivo da ação de outro é precisamente receber um ato.

_ só pode haver ação quando o agente está em ato.

d) Prioridade temporal; no mesmo sujeito, a potência tem certa prioridade temporal em relação ao seu ato correspondente. Porém, levando em consideração a aquisição dessa potência, que se dá sempre mediante um agente externo, o ato deste (um ato age na medida em que está em ato) é anterior à potência adquirida.

Conclusão;

O ato “é” em sentido própria e principal e a potência, só de maneira secundária. Na medida em que está em potência, um ser não “é” propriamente, mas “pode ser”. Diretamente, tem o ser o que é em ato, de forma indireta, em ordem ao ato, é real também a potencialidade das coisas.

Anexo

Inversão da prioridade ato / potência realizada pela filosofia transcendental:

_ Descartes, ao fechar as portas dos sentidos como fonte de conhecimento, deu à afirmação do sujeito como função de conhecimento o caráter de fundamento primeiro.

_ Em Kant, o universal e necessária há de ser encontrado nas “condições de possibilidade” (BEDINGUNGEN DER ERNÖGLICHUNG) de todo conhecimento, a priori formais de estrutura funcional do sujeito cognoscitivo, e não no conhecimento efetivo (WIRKLICH), que será sempre particular. O mais importante é a potência (possibilidade), porque o ato transformou-se apenas ao afetivo singular e não necessário.

4_ A relação entre ato e potência enquanto princípios constitutivos dos entes.

a) A potência é o sujeito no qual se recebe o ato;

A matéria-prima é o sujeito de forma substancial, a substância é sujeito dos acidentes etc.

b) O ato é limitado pela potência que o recebe.

Lembre-se do papel da essência em relação ao ato de ser, que, nas criaturas determina, mas ao mesmo tempo delimita aquilo que o ente pode ser.

c) O ato se multiplica pela potência.

A matéria é princípio de individuação nos entes materiais.

d) Ato e potência se relacionam como o participado e o participante:

Participar é ter algo em parte, de modo parcial. Quem possui algo em potência, o possui sempre de modo parcial, em relação a ter algo “por essência”, de modo total e pleno.

e) A composição de ato e potência a unidade substancial do ente.

Capitulo IV A Essência dos Entes

A essência como determinação do modo de der de um ente.

_ Substância; É aquilo que a coisa é, um copo, uma caneta, um homem;

_ Essência: É aquilo que faz uma coisa ser o que ela é, isto é, aquilo que ele é, e, não outra coisa, a capacidade de um corpo, a mesidade de uma mesa. A essência do corpo é aquilo que faz que um corpo seja uma coisa e não outra.

_Natureza; É a essência enquanto princípio de atuação, ou seja, princípios de atos segundo.

_Ente; Uma coisa (copo) e toda sua totalidade.

O princípio de individuação é quem é o responsável em fazer com que as coisas semi-iguais se diferenciam por meio da matéria-prima. A natureza não tem um oposto.

Contrários

Contrário de ato _____ potência

Contrário de forma _____ matéria __Em um ente os contrários

Contrário de essência _____ ato de ser estão precisamente presentes

Contrário de substância _____ acidente uma vez quando não é uma coisa (binômio) é outro (seu contrario).

Essência; Aquilo pelo qual uma coisa é o que é. Em sentido estrito, a essência corresponde principalmente à substância (e não aos acidentes), porque só é propriamente aquilo que subsiste, o que é em ser (substância). Por isso a essência do ente se encontra na substância. É pela sua essência que um ente é incluído em gêneros e espécies que são agrupamentos de entes das mesma ou semelhante essência.

Traços que completam a noção de essência.

a) Enquanto princípio de operações, a essência se chama NATUREZA. As criaturas agem de um modo ou de outro, sempre determinados pelo seu modo de ser próprio (essência).

b) Enquanto a essência é significada pela definição, recebe o nome de QUIDIDADE (quiddites). A definição expressa o quid.

c) A essência que enquanto conhecida torna-se referível a muitos indivíduos é denominado UNIVERSAL: a essência dá sempre nas coisas singulares, mas o intelecto pode abstrai-la do individuo tornando-a aplicável a vários entes que têm um modo de ser semelhante. Esta consideração lógica da essência também é chamada SUBSTÂNCIA SEGUNDA.

d) O termo essência, indicando o princípio no qual se recebe o ser de um ente, acentua sua relação com o ato de ser.

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