Artigos. (23)

terça-feira, 17 de maio de 2011

HENRI-LOUIS BERGSON (Esquema para estudo)

. Nasceu em Paris, a 18 de outubro de 1859. Sabe-se que fora um excelente aluno, e que recolheu todos os prêmios acenados pelo caminho. 
. Especializou-se em matemáticas e física, porém sua faculdade de analise o pôs face a face do problema que se esconde atrás de ciência: e voltou-se espontaneamente para a filosofia.
. Em 1883, aceita o convite para lecionar filosofia no Liceu de Clermont Ferrand, onde permaneceu durante cinco anos.
. 1900 obteve a cátedra de filosofia no Collège de France; Suas aulas tinham sucesso.
. 1932 publicou sua ultima obra, As duas fontes de moral e da religião, na qual distingue entre:
_ Moral conformista e Moral Integral ; e entre;
_Religião organizada e Religião Mística.
. Morreu aos 04 de janeiro de 1941.

Época em que Bergson viveu.
.Nesta época não se concebia o tempo como duração; mas de acordo com a concepção positivista e científica, de modo análogo ao espaço;
_ via-se nele realidade homogênea, divisível em partes, distintas entre si somente por ocuparem posição diferente:
_ o passado era considerado diferente do presente e do futuro apenas por ser anterior a ambos.
. Para provar que esta concepção é insustentável Bergson inicia sua crítica ao positivismo e recorre aos dados imediatos da consciência.
. Para mostrar que ela não é algo pontuado como a luz intermitente de semáforo, mas contínuo e extenso.
. Suas dimensões são o passado e o futuro. Noutros termos:
_ os dados imediatos da consciência constituem duração que é compenetração e heterogeneidade.
_ o tempo é a sucessão dos estados de consciência, logo, essencialmente duração, não podendo, por isso,
ser reduzido ao espaço.
_ o passado está no presente e o presente está carregado de futuro.

Suas principais obras são:
. A Evolução criadora (1907), explora o problema da existência humana e define a mente como energia pura, o élan vital ou ímpeto vital, responsável por toda evolução orgânica.
. A Filosofia de Bergson, ao contrário da maioria dos sistemas passados, é dualista:
_ O mundo, para ele se divide em duas partes desiguais:
. de um lado, a vida
. de outro a matéria.
. O objeto da filosofia para Bergson, é o impulso vital, o qual se manifesta no devir contínuo dos seres, devir que não procede por saltos desconexos, mas que se caracteriza por desenvolvimento no qual o passado permanece no devir.
. Deve-se a Bergson a volta ao espiritualismo, contra o materialismo, o positivismo e o agnosticismo metafísico em geral.
. Bergson, como figura de maior destaque da reação contra o positivismo, parte de um exame crítico da
verdade cientifica.
_ essa verdade surgiu de algumas limitações evidentes:
_ a de nossos hábitos de percepção e a do;
_ senso comum que capta acima de tudo o caráter utilitário das coisas.
Assim, o que os positivistas consideram indiscutivelmente objetivo, isto é, os fatos, vem a ser apenas uma adaptação da vida social.
. A ciência, é segundo Bergson, conhecimento útil, vinculado mais ao trabalho do que o pensar, mais ao falar e manejar do eu ao ver. E para ver o que é dado tal como é, é preciso captar com o pensamento a autentica individualidade das coisas e dos seres.
É preciso uma mudança de direção que altere nossos hábitos mentais, nossas percepções fundadas na utilidade.
Portanto, Bergson defende então uma reforma geral do espirito;
_ que tenha c/ objetivo inicialmente uma reflexão sobre os próprios começos do pensamento.
_ a filosofia é o objeto dessa reforma. Trata-se, de uma filosofia nova;
- que não deve ser obra de um só pensador; nem de um único programa e que, terá de se construir pelo esforço coletivo e progressivo de muitos pensadores, numa ajuda recíproca.
. Para Bergson, o objeto da filosofia é, pois, o impulso vital, o qual tem como sua característica a duração.
A filosofia, diz Bergson, “procura, além do tempo especializado”, “a duração concreta na qual se realiza incessantemente reelaboração de tudo”.
A filosofia é o estudo aprofundado do devir em geral, do verdadeiro evolucionismo. O devir é a categoria suprema das coisas, o próprio ser da realidade; não aspecto transitório das coisas, mas sua própria natureza.
Além do devir não existe nenhuma outra realidade, nenhum ser. Nenhuma substância. É necessário convencer-se uma vez por todas de que a realidade é devir, de que o devir é indivisível e de que num devir indivisível o passado coalesce com o presente.
A este devir, do qual se originam todas as coisas, Bergson dá a designação de Evolução Criadora.
. É da filosofia que Bergson reclama o segredo de uma conversa espiritual que inicie os homens em uma nova arte de viver:
Sobre a condição, porém, de que a própria filosofia se haja transmutado. Trata-se de por fim á tradição histórica da filosofia e de imaginar um novo filosofar.
. Esse novo filosofar ou nova filosofia, provocou um efeito de fascinação que tomou forma de conversões de todas as espécies, que foram da teologia á politica do socialismo.
. Com isto Bergson quer deslocar a filosofia do domínio especulativo p/ o terreno da experiência espiritual, pois diz ele: Essa filosofia nos dá também mais força para agir e viver. Pois com ela, não nos sentimos mais isolados na humanidade, a humanidade não nos parece tampouco isolada na natureza que ela domina. Bergson é o maior representante da filosofia da vida.
. O Filosofar novo exige, uma vigilância sem cessar contra as proliferações conceituais que o entendimento humano suscita;
- donde esta crítica obstinada do conceito.
_essa crítica do conceito conjuga-se com uma espécie de conversão espiritual, a saber, a descoberta da intuição filosófica através da experiência espiritual.
. A função da filosofia é, para Bergson, a volta do espírito a si mesmo, na coincidência da consciência humana com o principio;
_ donde emana, um contato com o esforço criador.
- o espírito é, pois, por essência, intuição, na filosofia de Bergson. Filosofar consiste em inverter a direção habitual do trabalho do pensamento.
_ a intuição é p/ Bergson o contato imediato com a realidade em nós. É, em 1º lugar, o conhecimento do espírito pelo espírito, mas é também o conhecimento da matéria e da vida, por também sermos vida e matéria. A metafísica é esse contato imediato com a realidade.

Moral Fechada e Moral Aberta
. Bergson aplica os princípios metodológicos da sua filosofia também aos problemas de moral e da religião.
_ também aqui temos a distinção entre:
- o método da razão; O qual comprime a realidade dentro em esquemas lógicos, que suprimem a sua vida.
- o método da intuição; O qual se abre para o dinamismo das coisas e se torna participante do seu impulso vital.

. A aplicação da distinção entre razão e intuição à moral dá origem a dois tipos de moral: Fechada e Aberta.

. A Aplicação da distinção à religião dá origem a dois tipos de religião: Estática e Dinâmica.

A Moral Fechada é a moral da razão inspirada na ideia da sanção temporal (prêmio e castigo). É a moral da pressão social: obedece-se ás Leis impostas pela sociedade (cuja finalidade é a conservação da própria sociedade).

A Moral Aberta é a moral de quem se determina à ação inspirando-se na ideia de dedicação total em beneficio da humanidade; é a oral fundada no amor.
Bergson vê esta Moral Aberta nos grandes homens da antiguidade:
_ Sócrates; _ Profetas do povo hebreu
_Platão; _ Santos do cristianismo
_Buda;
Numa palavra, em todos os que foram grandes pregadores do bem e que se constituíram para os seus contemporâneos em poderoso apelo ao amor a todos os homens.
_ Diferente da Moral Fechada, que é imutável e tende à conservação, a Moral Aberta está em movimento e tende ao progresso.
A primeira exige a impessoalidade porque é a conformidade com hábitos adquiridos; a segunda supõe grande personalidade.

A Mística
. A distinção entre Moral Fechada e Moral Aberta corresponde, no plano religioso, a distinção entre Religião Estática e Religião Dinâmica.
_ A Religião Estática que se exprime nas religiões positivas, funda-se na fabulação, isto é, nas fábulas com as quais a humanidade se protege dos efeitos danosos que lhe poderiam vir da inteligência;
- o egoísmo;
- medo da morte;
Neste tipo de religião o culto é motivado pelo medo de sanção eterna ou pela esperança de prêmio eterno.

_ A Religião Dinâmica se baseia na intuição do Absoluto e na união mística com ele. A prática da religião dinâmica é a vida mística. Na obra;
As duas fontes da moral e da religião, Bergson estuda o misticismo cristão e conclui que o misticismo cristão é o único realmente bem sucedido.
Através da experiência dos místicos Bergson chega á existência de Deus, existência já pressentida na especulação filosófica do impulso vital e que agora se impõe de modo incondicionado.
De que modo? Com base no testemunho dos que têm experiência das coisas divinas.
Nestas coisas deve-se crer nos místicos como na medicina e na engenharia se acredita nos médicos e nos engenheiros.
. Para Bergson:
-alma e corpo;
- espírito e matéria; {São inseparáveis, sendo aspectos complementares de única e mesma realidade.
- razão e intuição;
Esta doutrina é retomada na obra As duas fontes, nas quais Bergson sustenta a mecânica;
-conhecimento técnico das coisas; e
- mística: experiência religiosa do universo
Longe de oporem, se atraem e desejam completar-se mutuamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário